FILÓSOFOS PRÉ-SOCRATICOS - Pt.01

Quando citamos esses filósofos, e nos utilizamos eles como base de estudo, temos que ter em mente que eles não são Filósofos modernos ou contemporâneos, que tratarão de assuntos complexos sobre a vida, a ética e a moral do ser em uma sociedade organizada, muito distante disso, Tales de Mileto, Anaxímenes e Anaximandro são filósofos que podemos considera-los como Pré-históricos (ou Pré-socráticos), ou seja, a evolução de seus pensamentos são simples comparados com os atuais, eles se baseiam na compreensão do mundo e de como ele foi criado.
Dentro dos pensamentos desses filósofos, eles tentam descobrir e aprender de uma forma racionalizada como tudo foi criado, e se foi criado, do que ele foi feito? Que são questões muito importantes para se entender o mundo e a base de sua criação, sendo muito importante deixar claro, que essas novas ideias deixam de lado qualquer crença misteriosa e supersticiosa, portanto, deixam de acreditar na explicação cosmogônica (que seria entender o mundo natural por meio do sobrenatural), e acreditando no pensamento cosmológico (a explicação do mundo natural por meio da razão).
Dando um exemplo mais claro, imaginamos um grego a 600 ac, que é questionado por um andarilho nas ruas de mileto, e o andarilho faz a seguinte incógnita: "como o mar fica agitado de uma hora para outra?
E ao invés de responder o obvio para aquela época, que seria basicamente:
"Ah! Acontece isso porque o Deus dos Mares, Poseidon, está irritado com as atitudes de nossa vila, por esse motivo os mares estão agitados".
"Ah! Isso acontece por conta do satélite natural da terra, que por conta da sua força gravitacional, faz com o que ocorra o efeito de puxão, com que faz o mar ficar mais agitado".
Claro, entendam, o exemplo que eu acabei de dar é muito mais complexo do que o pensamento daquela época, que eram muito mais simples para responder questões de forma racionalista, mas é curioso de se pensar, um pensamento tão avançado para época, em uma sociedade tão presa em suas crenças místicas, que em sua maioria, acreditavam que somente os Deuses e as forças sobrenaturais do mundo eram responsáveis pela origem do universo e da vida, vamos entender tudo isso a partir da explicação compreensível desses três filósofos.
Iniciando com Tales de Mileto, portanto, o Filósofo Tales nascido em mileto, que viveu de c.624 a 546 aC, ele é considerado como o primeiro filósofo, por conta de ser um exemplo para outros pensadores pré-socráticos da época, e por ser um dos primeiros que iniciou a pratica racionalista e em um meio de cultura sobrenatural da sociedade.
Tales assim como a maioria dos filósofos Pré-socráticos, acreditava que a origem de todas as coisas existentes do universo derivaram de um único elemento que estava em tudo e em todos e que para ele explicava a origem do universo, que para Tales esse elemento era a Agua. Tales acreditava que o grande elemento que preenchia todas as coisas do universo era água pois após múltiplas observações, ele via como a água é primordial para a vida, é o elemento essencial para que muitas formas de vida sobrevivam, além disso, o pensador observou que a água tem a capacidade de se transformar em diferentes formas, ou seja, nos seus estados físicos: liquido, sólido e gasoso, explicando assim a variedade de mudanças que ele via no mundo natural. Apesar de ser um pensamento muito simples para os dias atuais, vemos que isso foi de extrema importância para que cada vez o homem deixasse de acreditar de forma cega em suas crenças, para focar nos fatos visíveis e que podem ser comprovados por meio de respostas lógicas e racionais, pensamentos assim influenciaram uma sociedade inteira a pensar cada vez mais fora do seu ciclo de conhecimento, desenvolvendo não somente uma sociedade, mas sim uma nação e um estado regido por seu governo.
Da mesma forma que Tales de Mileto também afirmou sobre o elemento principal do universo ser a água, Anaximandro e Anaximenes também "apostaram em seus próprios cavalos" e elaboraram teorias sobre o possivel compositor e criador de todo o universo.
Anaximenes afirmava que a o Ar era o elemento essencial para criação de tudo, da mesma forma que Tales com a água, ao observar o comportamento do vento, das tempestades, e como de certa forma o ar se comportava, e também pela forma que o ar fazia os processos de rarefação e condensação, aonde ele podia se transformar em diferentes matérias e explicando consequentemente em sua diversidade dentro do mundo.
Por fim, temos o Anaximandro, que apesar de não ter uma base de uma teoria cem porcento original, ele utiliza tanto a visão cosmogonia quanto a cosmológica para explicar a criação de todo o universo, e para ele o material essencial e principal do universo, que compõe tudo, é o que ele chama de Apeiron, que seria, de acordo com o pensador, uma partícula muito pequena que está e faz tudo ser o que é, Apeiron é um termo grego que significa "ilimitado, infinito ou indeterminável", Anaximandro tem uma visão racional como a dos dos outros filósofos, mas de uma forma que coloca um elemento místico e imaginário como explicação para tudo que compõem o universo, e mesmo sendo uma visão diferente, Anaximandro foi quem na primeira vez da história entregou uma teoria que daqui alguns anos iria não somente se tornar uma teoria, mas sim um fato cientifico, que seria que todas as coisas são compostas do que chamamos hoje de átomos, que seria a ideia do Anaximandro de um Apeiron, uma das primeiras hipótese de uma teoria atomista, uma energia que não é visível, mas por que sua vez, é tão importante ao ponto de compor tudo o que for existir de matéria no mundo natural, uma ideia que só iria retornar com Demócrito, o pensador da teoria atomística original.
Portanto, é muito interessante de se pensar nessas ideias iniciais, pois apesar de serem básicas e simples, assim como esse texto, elas trazem consigo uma visão muito interessante do mundo como um todo, o que vai influenciar muitos pensadores a criarem não somente teorias gerais sobre o mundo, mas sim teorias especiais que tratarão de quem vive nele e seus componentes sociais.
Um pequeno passo para o pensador, um grande passo para a sociedade.